"Sempre Gostei do Inverno" levanta o véu para o novo álbum de Hugo Costa

O novo tema de Hugo Costa, está disponível em todas as plataformas digitais, desde 29 de Agosto.

Explorando as fronteiras entre o experimental rock, a música tradicional portuguesa, o folk contemporâneo, o jazz, o swing e até a música clássica, Hugo Costa tem vindo a afirmar-se como uma das vozes mais singulares no panorama da música portuguesa independente.

Mestre em artes musicais pela NOVA FCSH, é músico e realizador, e apesar de já trabalhar no cenário musical desde 2016, foi apenas em 2023, que lançou o seu primeiro disco de canções originais “Isto é o Vento”. 

Passados dois anos, introduz agora "Onde Vivem os Carneiros", o seu próximo LP que chegará aos ouvintes no dia 03 de Outubro.

Este segundo álbum surge da necessidade de Hugo de explorar cada vez mais as várias linguagens musicais onde se inspira, mas o autor vai mais além neste seu novo trabalho. Para além de almejar uma íntima exploração pessoal, o cantautor navega entre harmonias, melodias e ritmos em ondas onde o tempo e o espaço se fundem em texturas musicais que quebram as barreiras linguísticas musicais, desconstruíndo e reconstruíndo acordes e motivos melódicos, para chegar à essência do som e da canção. 

"Sempre Gostei do Inverno", o seu mais recente single, levanta o véu para o que esperar deste novo trabalho de 10 faixas. O videoclipe que acompanha conta-nos a história de um rei e dos seus súbditos que vivem congelados no tempo, como árvores perenes de folhas secas, enraizados ao chão, mas tudo muda quando um trovador surge trazendo a primavera em notas musicais. 

Estivemos à conversa com o Hugo Costa que nos contou um pouco mais sobre o seu trabalho.

Como é que a música apareceu na tua vida? A música sempre lá esteve. Os meus pais levavam-me aos concertos d'A Naifa, e lembro-me de sempre ouvir Sérgio Godinho, Jorge Palma, o Zeca...mas também os Beatles e os Pink Floyd, sempre lá estiveram. Supostamente, aos 6 meses, estava sempre a trautear melodias e assim. Aos 8 anos, comecei formação em piano numa academia de música e começou aí uma relação mais consciente e profunda, com as primeiras composições instrumentais, e fez com que sempre me sentisse muito afastado do que as pessoas da minha idade ouviam.

Sentes que a tua formação musical mais tradicional, influenciou muito a tua sonoridade enquanto artista? Sim e não. Por um lado sim, porque passei a ouvir muita música clássica e música moderna, que sem dúvida me abriu muito os horizontes (Berg, Messiaen, Stravinsky...). Por outro lado, não porque sempre ouvi e gostei de toda a música, independentemente do género.

Além de músico, também és realizador. Como é que estas duas linguagens artísticas se relacionam no teu trabalho? Eu sempre fiz música (no sentido mais tradicional, mas também eletroacústica e desenho de som) para os meus filmes, mesmo desde pequeno, desde os 9/10 anos quando comecei a fazer as primeiras curtas com a câmara do Magalhães. Acho que também associo bastante o lado visual ao musical, e a forma de compor cenas não é assim tão diferente pra mim de compor música porque é sempre algo que é muito instintivo, pouco intelectualizado, e que costuma vir sempre de uma ideia muito forte do ambiente da cena/música.

“Sempre Gostei do Inverno” têm uma estética muito própria que navega entre o folk e a música tradicional portuguesa. Onde vais buscar inspiração para a tua música? Mais uma vez, para mim a música tradicional portuguesa e popular portuguesa são vocabulários que sempre estiveram presentes, não me lembro de os aprender. Sou muito influenciado pelo Zeca, pela Brigada Vítor Jara, Vitorino...e recentemente também ganhei um gosto enorme por música medieval e renascentista, que é a origem também de tantas outras coisas como por exemplo do fado de Coimbra... De onde vêm a inspiração?  Não sei, vêm de uma melodia que aparece quando acordo, de uma situação que vivi que me marcou...Como disse, eu não crio música de forma intelectualizada, normalmente sai como um jorro, e é um processo muito rápido, mesmo as letras saem muito naturalmente e não ando à procura de transmitir isto ou aquilo. O que é transmitido é por uma via bastante subconsciente acho.

Em que é que este novo trabalho difere dos teus temas anteriores? Este novo disco é uma continuação de várias sonoridades e temáticas que eu já tinha explorado no primeiro disco. Nomeadamente a última faixa do primeiro disco, planta já pistas para o que viria a ser este segundo.

O que podemos esperar de “Onde Vivem os Carneiros”?  Espero que gostem do disco. É um disco desafiante e que é o trabalho resultante de alguns anos de estudo e desenvolvimento. É um álbum que tenta fundir a música eletroacústica com o formato canção, que são dois mundos completamente distintos e que raramente se cruzam. Portanto foi um desafio enorme e bonito. Gravei-o com músicos incríveis e depositei nele todo o cuidado, carinho e honestidade que consegui. Apesar de ser um trabalho pensado é um trabalho muito cru, emocional e verdadeiro, que em última análise são as estrelas por onde me guio.

O próximo single de Hugo Costa, “Onde Vivem os Carneiros” estreia dia 12 de Setembro e o álbum com o mesmo nome, tem o lançamento marcado para dia 03 de Outubro.

Próximo
Próximo

Laura Mary e David Garcez integram a 1ª edição do Portimão Foodtrucks