Entre a poesia, o ritmo e o sonho: Jacaréu chega ao Festival da Canção

Jacaréu, é um dos 16 artistas selecionados para a 60ª edição do Festival da Canção. As semifinais, acontecem nos dias 21 e 28 de fevereiro, com a final marcada para dia 07 de março.

Jacaréu, nome artístico de Jorge Gonçalves, é um viajante do verbo e do ritmo, um artesão do indie-rap que das palavras cruas da poesia avança para uma dança de batidas e ritmos interventivos, criando paisagens sonoras que desenham e confortam a realidade que muitas vezes não quer ser dita.

Natural de Lisboa e com uma passagem pelo Algarve em contexto académico, Jacaréu, não esquece as suas raizes e incorpora as suas vivências na sonoridade que apresenta.

Autor de temas como “Senhorio”, “Bota a Baixo” e “Escola da Vida”, Jacaréu já percorreu o país de norte a sul, passando por palcos como o Festival Açoteia, Sol da Caparica, Indie Music Festival, Festival Emersivo, Levante, Festival Emergente, entre outros, sempre conquistando o público que o ouve, com uma energia muito própria.

Com o seu primeiro disco neste momento em produção, Jacaréu integra agora a lista de participantes do Festival da Canção 2026, tendo sido um dos 6 autores selecionados através do programa de livre submissão de canções.

A Jacaréu, juntam-se os artistas: André Amaro, Bandidos do Cante, Bateu Matou, Cristina Branco, Djodje, EVAYA, Inês Sousa, Marquise, AGRIDOCE, Francisco Fontes, Gonçalo Gomes, Rita Dias, Sandrino e Nunca Mates o Mandarim.

O concurso que se afirma como “uma plataforma essencial para a promoção da criatividade musical nacional e o lançamento de novas vozes, que representam o melhor da diversidade artística do país.”, já têm data marcada. As semifinais da 60.ª edição do Festival da Canção, acontecem nos dias 21 e 28 de fevereiro, com a final agendada para dia 07 de março.

Conversamos com o artista que nos deu a conhecer um pouco mais sobre o seu trabalho e sobre esta sua participação no festival da canção.

Como é que a música apareceu na tua vida?

Comecei a ouvir música muito graças ao meu irmão mais velho. Desde pequeno que ouvia bandas como os The Doors, Metallica, Guns N’Roses, Dire Straits e Eric Clapton. O meu irmão tocava guitarra em bandas e conviver de perto com ele e com essa realidade despertou imenso o meu amor à música.

Que artistas influenciam a tua sonoridade?

Apesar de fazer hip-hop alternativo ou indie rap, cresci a ouvir rock e heavy-metal. Em algumas das minhas composições às vezes imagino uma malha rock e depois adapto para eletrónico, como foi o caso do single “Bota Abaixo!”. Noutras músicas, tento criar o ambiente perfeito para um poema que escrevi. No que toca a artistas mais dentro do eletrónico e hip-hop que me inspiram tenho a dizer: Capicua, Sam the Kid, Valete e Eminem. Ainda assim, a minha banda preferida de sempre, são os Guns N’Roses.

Como foi saber que eras um dos classificados para participar no Festival da Canção?

Ainda parece um sonho. Imaginei tantas vezes a acontecer na minha cabeça, mas sempre sem grande expectativa. Quando aconteceu pareceu irreal. Agora já desci à terra e estou a desfrutar do momento. Estou mesmo muito feliz!

O que significa para ti participar no Festival da Canção?

Significa o reconhecimento do meu trabalho e a oportunidade de ter uma experiência que vou guardar para a vida. Estou entusiasmado por pisar um palco com tanta visibilidade e de o partilhar com a minha amiga intérprete (quem ela é, para já é segredo).

Pensar que uma música minha vai ser ouvida por milhares de pessoas é um sonho. Os amigos que vou fazer nesta viagem também me entusiasma. E no geral, é uma honra fazer parte da história de um festival tão icónico e importante para o nosso país e para a televisão portuguesa.

Como nasceu a tua canção para o Festival da Canção?

O refrão nasceu num convívio familiar em que comecei a cantarolar e a improvisar (adoro esses momentos). Guardei esse improviso, imaginei o instrumental e comecei a escrever a letra. No início deste ano, quando comecei a estruturar o meu álbum de estreia (e a música que candidatei ao Festival fazia parte do lote), foi uma questão de passar o que tinha guardado na minha cabeça para o meu programa de som.

Algures no processo, senti que esta música em concreto tinha sensações de Festival da Canção. Mas para ser uma verdadeira candidata ao Festival precisava de ajuda, então decidi convidar uma grande amiga minha que tem uma voz incrível para cantar comigo.

Já com as músicas do álbum escritas entrei em estúdio com o produtor Filipe Survival, a quem tenho muito a agradecer, pela forma como trabalhou e misturou o meu álbum. Estou muito feliz com o resultado final, e sinto que a música que candidatei ao Festival foi um motivo de orgulho para todos.

Já eras fã do Festival antes de participares?

Comecei a seguir o Festival da Canção no ano que que venceu o Salvador Sobral. E desde, então, não tenho perdido uma edição. Apesar de ter começado a seguir “tarde” hoje sinto-me um fã do Festival, nomeadamente porque nos últimos anos tantos artistas emergentes ou completamente desconhecidos têm tido oportunidade de atuar e de brilhar. Considero isso um verdadeiro serviço público.

Das edições anteriores, há alguma atuação que te marcou em particular?

Amei conhecer o João Borsch e amei a atuação dele no Festival. Que artista incrível, a sério. Espero um dia vir a conhecê-lo pessoalmente e quem sabe ficarmos os dois a bilhardar um bocado. O ano passado a minha atuação preferida foi a do Peculiar.

O que é que podemos esperar da tua atuação?

Muita entrega, alegria e diversão. Estamos a preparar uma atuação especial, de quem sempre trabalhou independentemente de opiniões destrutivas, (quando ouvirem a música irão perceber). Estou mortinho para pisar o palco com a minha amiga, estou também muito feliz por ela, vai ser uma oportunidade incrível para ambos.

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