“Era Noite”, apresenta-nos Sara Martins numa busca furtiva de esperança entre os caminhos da sombra

“Era Noite” é o mais recente tema de Sara Martins. O lançamento vêm acompanhado da pré-venda do vinil “O Esculpir da Sombra” que estará disponível a partir de 18 de Junho.

Em Fevereiro de 2024, Sara Martins, designer, autora e performer apresentou-nos pela primeira vez a sua poesia spoken word num formato adaptado a streaming.

Sara, estreou-se no campo do espetáculo poético em 2020 com “No Avesso das Palavras”, Em 2021, levou a cena “O Esculpir da Sombra”, em 2023 foi uma das precursoras do espetáculo “Roer do Silêncio” e já em 2025, integrou o elenco da performance poética  “Mulheres que Escreveram e Não Li”.

“Era Noite”, apresenta-nos uma poesia que tenta fugir do lugar escuro onde se encontravam “Choro de Criança” e “Espero”, numa busca furtiva de esperança mantendo-se ainda assim na sombra emotiva das palavras. Num crescente jogo de luz e escuridão, Sara reflete sobre a inocência, ou a falta dela, que a noite carrega, uma noite metafórica que cresce e se transforma no visualizer que acompanha o tema para lá da fase do dia.

Agora, com o lançamento do seu quarto tema de poesia musicada, avança-nos uma data para o tão aguardado vinil. “O Esculpir da Sombra”, chega a 18 de Junho, estando já disponível para pré-venda

“A Dança do Malmequer”, foi o teu primeiro tema a ser lançado para as plataformas de streaming, em Fevereiro de 2024. O que é que mudou desde então?

Tudo menos a necessidade de poesia. “A Dança do Malmequer” surgiu de forma espontânea, com o único compromisso de me divertir na companhia de uma amiga. Contudo, sem planeamento, acabou por se tornar o início de uma sequência de vídeos que nos foi alimentando a vontade de fazer sempre melhor. Cada novo vídeo era como desbloquear um nível: se conseguíamos concluir um, avançávamos para o próximo.

Enquanto o primeiro foi criado com base no improviso, os seguintes foram sendo cada vez mais pensados, com um foco crescente na criação de um conceito e no seu desenvolvimento criativo.

Ao longo de todo o processo, contei sempre com a equipa da Epopeia e com o Guilherme, videógrafo, que acolheu as minhas ideias e trabalhou para lhes dar forma. O foco continuará a ser sempre a poesia — por isso, é essencial centrar-nos no que realmente importa e eliminar todo o ruído que possa distrair da mensagem.

É por isso que os vídeos têm mantido ideias simples, mas cuidadosamente trabalhadas, com base no conceito e sempre com atenção à essência do poema.

Era Noite será o teu último tema a ser lançado digitalmente integrado no “O Esculpir da Sombra”?

Essa é uma pergunta difícil de responder, porque existe vontade de fazer muitos mais! No entanto, acredito que, dentro do universo de “O Esculpir da Sombra”, este seja o último vídeo a ser lançado.

Quanto ao resto do trabalho, em formato áudio, será lançado em simultâneo com o vinil.

Como é ter finalmente um produto fisico? Sentes que é um consolidar do trabalho que tens desenvolvido?

Sim, chegar a um produto físico é, sem dúvida, concluir um ciclo — a partir do momento em que é produzido, já não há espaço para acrescentos ou alterações. Quando a ideia se materializa, é sinal de que é tempo de começar algo novo, desenvolver outras ideias e traçar novos objetivos.

É muito gratificante dar corpo ao que imaginamos. A partir do momento em que partilhamos essas ideias, elas deixam de nos pertencer por inteiro — ganham vida própria, seguem o seu próprio caminho.

Neste momento, “O Esculpir da Sombra” está a sair de casa. Está a começar a sua própria viagem.

“O Esculpir da Sombra”, está a partir de hoje em pré-venda. Quais são as tuas expectativas?

Espero, sinceramente, que corra muito bem... Estou muito motivada para o partilhar e dar a conhecê-lo. Ouvir poesia em vinil é algo pouco comum — e saber que a minha voz e as minhas palavras podem ser escutadas através de um objeto com tanta história e significado, comove-me profundamente.

Ouvir um vinil não é apenas ouvir, é um verdadeiro ritual. Primeiro escolhe-se o disco, depois retira-se cuidadosamente da capa, coloca-se no prato, pousa-se a agulha com delicadeza... e ouve-se aquele breve ruído da sujidade. Mas não acaba aí — dedica-se tempo a ouvir um LP inteiro. Não há aquela inquietação constante de saltar de faixa em faixa, de artista em artista. Dá-se tempo e atenção a uma obra única. E isso, para mim, é uma demonstração de amor.

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